quarta-feira, 8 de junho de 2011

CACHORRA...

    - Fala rápido porque Ruth está na cozinha... Ok... Sim, entendi. Às três horas no lugar de sempre.  Beijo. Tenho que desligar. Também te amo.
    Suas entranhas se contorcem em um misto de dor e frio. Não tinha como negar. Acabara de ouvir o marido confirmando um encontro. Nervosa corre para a cozinha. As mãos trêmulas, a respiração ofegante.
    -Bom dia, Ruth. Café está pronto?
    -Bom dia, está sim, querido.
    - Porra, Ruth! Presta atenção!
    - Desculpe. Deixa que eu limpo.
    - Agora vou ter que tomar café na rua!
    - Não precisa, eu passo outro rapidinho.
    - Devia passar a sua língua pra limpar isso aí.
    A batida da porta a estremece. O marido se fora. Acaba de limpar o café que derrubara no chão e, pensativa, senta-se. Às três horas o marido se encontrará com a outra. As imagens dos beijos, abraços, carícias e do sexo a apavoram. Confusa, corre para o quarto e entre choro, vagina e dedos sente que seu homem nunca lhe fora tão atraente. Um gozo, como há muito não sentia, a faz convulsionar em prazer. Adormece.
    - Ruth! Ruth!
    Acorda com o marido a sacudi-la.
    - O que houve?
    - Nada. Deitei pra descansar e peguei no sono.
    Dá-se conta da situação e pergunta em sobressalto:
    - Que horas são?
    - Sete.
    Levanta-se , ajeita a roupa e o cabelo. Dá um beijo carinhoso no marido.
    - Não se preocupe, querido. Seu jantar vai sair rapidinho. Do jeito que você gosta.
    Sai do quarto. O marido a observa atravessar o corredor. Acha a esposa diferente, as ancas se remexem com mais volúpia, como a lhe abanar o rabo.

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