domingo, 12 de junho de 2011

Feliz Dia da Independência Russa


O dia já começou assim com dores no estômago, enjôo, agonia de estar sozinha. Era dia dos namorados. O primeiro do resto de sua vida e ela tinha certeza que esse seria sem flores e sem bombons.  Tinha um medo gigante de que sua vida fosse ser sempre assim daqui para frente. Tinha medo de ficar solteira para sempre. Tinha medo de não encontrar o homem da sua vida. No fundo, nem acreditava mais nisso, mas a pressão daquele dia a fazia sentir uma fracassada. Claro, lá no fundo tinha uma esperança que algum milagre acontecesse. Por isso entrou no Facebook. Talvez tivesse uma mensagem...Um convite...Nada. Não para ela. Depressão, solidão, depressão. Estava disposta a se suicidar num copo de coca-cola, sem ser zero, às 10 da manhã. Ia dar o primeiro gole quando o milagre aconteceu.
Não era um telefonema, ou mensagem, ou flores, era só o post de um amigo: Feliz dia da Independência da Rússia. Em algum lugar do mundo não se comemorava o maldito dia dos namorados! Sim, sua vida estava salva! Ela decidiu entrar no clima da festa... deles. Jogou na pia o líquido venenoso e cheio de calorias que tinha no seu copo e começou a organizar a sua festa. Convidou os amigos, os amigos dos amigos (podia ser que aparecesse algum solteiro interessante) enfeitou a casa, fez o playlist. Até traje típico inventou. O dia passou que ela nem viu. Chegaram os amigos, as vodcas, os amigos dos amigos. Entre vodcas, risos, babalaicas, amigos e amigos dos amigos ela se deu conta. Estava feliz. Solteira e feliz. Sem flores, sem bombons e feliz. Além da independência da Rússia, estava comemorando a sua própria.  E brindou à vida e a todas as possibilidades que poderiam surgir daí para a frente.

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