segunda-feira, 29 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quem Diz o que Quer...

Certas coisas não deviam ser faladas. Certas coisas não deveriam nem ser pensadas. Infelizmente, controlar o pensamento alheio está fora do alcance do mais poderoso dos mortais. Embora seja um sonho de todo neurótico compulsivo. Essa neurótica compulsiva que vos fala não consegue nem controlar o próprio pensamento, quem dirá o dos outros. Humpf!
Ok, mas que deveria existir um filtro obrigatório entre o pensamento e a fala, ah isso deveria. Tem gente que não tem filtro. Acho que todo mundo tem uma amiga assim. Amiga? Bom, é sempre meio chato e incômodo se encontrar com ela. Você se arruma mais do que o normal, retoca a maquiagem mais de mil vezes, tem mil novidades maravilhosas para contar, mas...ela sempre vai achar um defeito. E pode se preparar! Porque ela vai falar. Ah, se vai. Até que um dia alguém cansa!
Foi o que aconteceu na casa da Fulana-sem-filtro, numa reunião de amigos. Quando, Siclana e o marido chegaram, Fulana-sem-filtro logo comentou: “Nossa como você engordou depois do seu casamento”!!!
Siclana não perdeu o rebolado e respondeu na lata: “Não sabia não? A minha meta pós-casamento é explodir. Faltam cinco quilos”!!!!
Fulana-sem-filtro ficou calada, sem rebolado e sem magoar ninguém pela eternidade de uns 15 minutos. E a galera-com-filtro foi ao delírio...apenas em pensamento.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Epílogo

Percebi que Tanto faz!
Tanto faz por onde você anda,
Porque a minha rua é de ladrilho
A sua é de petróleo.
Tanto faz a melodia que toca
Se você sente rock,
Eu vibro samba.
Tanto faz o caminho
Porque o meu chão é de terra,
A sua estrada é de grama.
Tanto faz o futuro
Se você toca estrelas em dó maior
E eu seguro cometas em mi menor
Tanto faz o pecado
Se meu é a luxuria
E o seu, o amor que a mim não pertence
Tanto faz o momento
porque o meu tempo é tomara
E o seu é talvez
Tanto faz Tudo
Tudo tanto faz
Já que nossa história é pó do quando.
Tanto faz
Já que agora, o nosso tempo é jamais.

Se ainda no meu peito, mora gasta a solidão
Má, rio de mim, a última gargalhada da rejeição
Pois se para ele tanto faz
Decretei que para mim também!
Neste poema jaz
O último fio de dor
O último olhar para trás
O último conjugar do verbo amar ou odiar
Para este objeto direto.
Aqui, agora jaz, em paz
Uma historinha de amor
Que tanto fez e tanto faz.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Despacho


Como foi mencionado em um dos textos abaixo, um espírito gordo se encostou no nosso querido 301. Em tempos de Chico Xavier e Nosso Lar, vivemos um filme espírita sem sair de casa e sem gastar com o cinema... Gastamos no supermercado, nos restaurantes, padarias e lanchonetes mesmo. Esse texto tem um único objetivo: Despachar essa entidade obesa!

 “Querido (a) irmãozinho (o), ou melhor, ‘irmãozão’ (‘ona’).

      A vida é como um facho de luz, um lampejo, um suspiro diante da eternidade. Compreendo que somos boas companhias, (somos muito legais mesmo), e que temos gostos em comum (principalmente os alimentares). Mas continuar aqui é um atraso de vida, quer dizer, de morte, pra você. E um ‘adianto’ para nós que vamos acabar entupindo uma veia, com tanta comilança. Saiba que gostamos muito da sua presença, mas visita, após uma semana, começa a feder. Então levanta esse rabo gordo, de onde quer que ele esteja repousado e caminhe em direção a luz. Caminhe não, corra pra já ir emagrecendo. Siga qualquer luz desde que seja fora desse apartamento! (Olha a varanda que linda!) Go!  E que venha, agora, o espírito da Vitória, Victoria Beckham !
                                   Atenciosamente,
                                                            Moradores do 301”


P.s: Acabei de ver a moça do 302 subindo com uma caixa de bis de limão.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Comer Pecar Recomeçar

Gula! Talvez o mais tentador de todos os pecados. A gente lida com comida várias vezes ao dia, todos os dias. É uma luta! No ringue: o prazer imediatoX consequências. E a gente tem que se lembrar a todo o momento as razões pelas quais não se deve ceder ao prazer inenarrável de cair de boca numa feijoada ou numa panela de brigadeiro. Ultimamente, o prazer imediato tem vencido todas as disputas no 301. Tem um Espirito Gordo habitando o apê e ele está aterrorizando nossas vidas.
Nós abrimos a porta para ele num domingo chuvoso do mês de setembro. Decretamos: hoje é dia de gordo! Valia tudo! Afinal, a segunda, dia internacional da dieta, chegaria logo, redimindo todos dos imensos pecados.  Almoçamos fartamente. De sobremesa, um pedacinho de paraíso: uma caixa de bis de limão. No lanche: cachorro quente, maionese, milho e batata frita. Para arrematar: Sorvete,  com biscoito waffle e nutela! Eu juro: dois litros de sorvete foram parar nas nossas barrigas naquele domingo. Nós começamos a segunda dois quilos mais gordos e com a certeza de que seguiríamos nossas dietas até os respectivos pesos ideais e viveríamos magros e felizes para sempre. Acontece que era tarde demais. O Espírito Gordo já estava instalado em nossa casa e em nossas mentes. A partir daquele domingo chuvoso de setembro ficou muito difícil fazer as opções certas, ou melhor, as opções magras. Ficaram corriqueiras as reuniões na cozinha e assaltos coletivos à geladeira. Tem dias que um de nós está engajado e faz as opções magras. Isso dura até o momento que esse pobre alguém se depara com as tentações. Esse pobre alguém tinha intenção de comer uma maçã. Mas, meu deus do céu. Alguém comprou uma caixa de bis de limão! O espírito gordo dá uma sonora gargalhada, uma piscadela e a maçã é deixada de lado. Maldita caixa de bis de limão! Malditos quilos extras!
Preciso enxotar esse espírito Gordo das nossas vidas. Só não sei como. Ai, vou começar arrumando a casa, limpando as gavetas. Quem sabe eu encontro a Força de Vontade perdida em algum canto? Tenho fé que sim. Nem que para isso seja necessário pedir a ajuda do Super São Longuinho. Eu prometo que dou mil pulinhos quando eu achar. Enquanto isso, o 301 viverá sob uma única lei: Proibida a entrada de bis de limão! 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Próxima Parada: Terra do "Nunca-voltarás"

É minha gente...Meus roommies-amigos-blogueiros elegeram um tema sobre o qual eu não queria falar. O Passado! Fugi daqui, me esquivei dali, me fiz de morta durante mais de uma semana. Mas, estou sofrendo pressões inenarráveis por parte deles, afinal blog está parado. É hora de encarar. Passaporte para a viagem: uma antiga de fotos...Cintos afivelados e lá vou eu.
Primeira parada: Caxambu, lugar onde passei férias quando ainda era filha única. Na foto: pai, mãe, avó e avô. Tudo era tão gostoso...Lembro do gosto da bala de leite que a gente comia lá. Saudades! Meu deus do céu! Por que diabos minha mãe cortava meu cabelo daquele jeito??
Parada 2: Brasília. Eu (com o cabelo mais civilizado) já acompanhada dos meus maiores amigos, inimigos de infância. Meus irmãos! Como a gente brigava. Era guerra mesmo. Tipo: Rocky X ApolloX Ivan Drago. Na foto: Eu, meus irmãos e nossos queridos: Kika, Alfa e Mengo. Detalhe da foto: um pogobol verde e roxo no chão. Minha amiga Kika era uma Cocker mel que mordia todo mundo. Alfa, um dog alemão preto, corpo de cavalo e coração de mãe. Mengo era um papagaio que só sabia assobiar o hino do fluminense. Ele teve um triste fim: o estômago da Alfa. Pensando bem, foi uma sorte a Kika não ter tido o mesmo destino. Saudades!
Em outra foto, eu e minha inseparável amiga de infância no estádio Mané Garrincha. Evento: Show dos Menudos!  Não sei quem gritou mais durante o show: Eu e a minha amiga (nós amávamos o Ray), ou a minha mãe, que berrava “a arquibancada vai cair!" a cada acorde de “Não se reprima”. Saudades!
Outra foto: eu, já adolescente, e as Danis. Existiam 5 na minha sala. Eu tive a sorte de ser a melhor amiga de duas delas. Meu deus do céu!!!! Que cara de horrível era aquela minha? Cara de choro, olho apertado. Mas, peraí, não era uma festa? Precisei de um pequeno esforço para lembrar. Estava chorando horrores porque o Rafael Batella (Quem????) não queria mais ficar comigo. Chorei tanto a caminho da festa que minha lente de contato caiu. Foi uma tragédia adolescente. Nada que uma dança lenta com o Robledo não curasse. Ele tinha esse nome, mas era lindo de morrer. Que saudade!
Meu pai já tinha me ensinado a delícia de torcer. Mas, em 92, descobri a delícia de torcer e vencer! Outra foto: eu, meus irmãos e meu avô- na maior comemoração. O Fla era Penta! Foi a última vez que meu avô foi a Brasília. Muita Saudade!
E era essa a razão pela qual eu não queria mexer no passado. Saudades! Momentos que não voltam mais, pessoas que não vejo com a freqüência que gostaria, ou que se foram de vez. É o passado com toda a sua empáfia mostrando que tudo acaba. Vontade de voltar no tempo correndo, abraçar e beijar cada pessoa que foi importante na minha vida. Vontade de gritar: Hei! Você foi importante! Eu nunca vou esquecer de você. Mas, eu não posso. Ninguém pode.
“Você quer ver um filme comigo?” A voz do meu roommate me despertou da minha impotente revolta nostálgica. Tive uma espécie de epifania. Se eu não tivesse crescido, saído de Brasília, eu não teria conhecido meus amigos do Rio, eu não teria vivido tanta coisa boa, meu irmão não teria me dado uma linda sobrinha, o flamengo nem teria sido hexacampeão... Talvez as coisas passem e as pessoas vão embora para que outras possam caber na foto da sua vida! Fechei a caixa de fotos e dei um abraço apertado no meu roommy. Foi minha maneira de dizer o quanto eu era feliz por ele estar na foto da minha vida naquele momento. “Eu quero ver o filme contigo”, respondi. Acho que ele ficou meio sem entender. Eu nem perguntei que filme era. Não importava. Decidi que antes desse momento virar passado (e todos viram) vou fazer dele infinito. Enquanto ele durar.