domingo, 8 de maio de 2011

Nem Tudo Sobre Minha Mãe

O enjôo pelo café foi o que fez ela desconfiar da certeza quase irrefutável de que estava grávida. Apesar de nunca ter pensado nisso concretamente antes, a idéia de ser mãe pareceu-lhe bacana. Foi numa terça-feira de manhã, vários meses depois da descoberta, que a verdade caiu sobre ela. Estava grávida!! Sentiu o peito gelar. A idéia de ser mãe não lhe pareceu tão bacana. Por um segundo quis desfazer o feito, voltar o tempo, e ser só novamente. Não se sentia preparada, era uma criança! Na verdade, tinha 26 anos. Mas, definitivamente não estava capacitada pra cuidar de outro ser humano. Como iria educar, trocar fraldas, entender porque o bebê chorava, solucionar problemas, tomar decisões? À medida que o medo se apoderava dela, a única imagem que vinha à cabeça era a da sua mãe. Pela primeira vez na vida deixou de vê-la como a mãe retrógrada de conceitos rígidos que a censurou tantas vezes. Olhava-a como mulher e admirou-a por ela ser tão forte e decidida. Ao mesmo tempo em que perdoava silenciosamente os incômodos vividos na infância, pensou que queria ser uma mãe tão boa quanto a que teve. Só não sabia como.

Quando abraçou a pequena criatura pela primeira vez, soube. Compreendeu que ser mãe era ter um coração batendo fora de si. Era ter medo de errar, era querer acertar, era desejar com uma força inimaginável que tudo desse certo, era sentir um amor incomensurável e incondicional. Naquele momento, compreendeu como era assustador e incerto o futuro. Mas, sabia que faria o melhor possível.

Obs: Mãe, minha pequena grande heróína, uma homenagem para você.

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