E que engraçado, para não dizer trágico, era sexta 13. Acreditem, nem Fantasma, Freddy kruger, Norman Bates...Nada! Nada mais aterrorizador do que um tilintar de chaves e o olhar da despedida.
No inicio desse mesmo dia, nas minhas andanças pelos canais de TV aberta, uma aula matinal: a sexta 13, astrologicamente está associada à morte. Irônico, não? Explico! É a morte, não no sentido de fim! Que loucura, é claro que é um fim, mas não um fim total e sim um fim para um novo começo. A Sexta 13 simboliza a transformação, a mudança, a vida que se renova.
Só um minuto! Quem disse que eu queria renovar alguma coisa? Eu estava lá no meio do meu filme: uma comédia romântica bem água com açúcar quando de repente a trilha sonora mudou. Eu fui jogada num filme de terror, bem naquela cena em que o mocinho está fazendo amor com a mocinha numa cabana remota... (Ah, ok, nesse tipo de filme ninguém faz amor...) Correção: estava eu trepando horrores numa cabana no meio do mato quando aquela figura de máscara veio com aquele machado maldito e assassinou o meu namoro. E eu fugi assustada para o meio da floresta. Não! Eu não quero a transformação da sexta 13! Eu quero o velho. Eu quero aquela boca, aquele beijo, aquela pele...Será que eu posso ficar aqui escondidinha, esperando a sexta-feira 13 - parte II começar? Quem sabe ele não volta à vida nessa sequência? O filme poderia se chamar: Sexta feira 13 - Parte II, o Recomeço. E Quem sabe, então, tudo volte a ser o que era antes?
O que eu estou dizendo? É sexta-feira 13 e não a “Volta dos Mortos Vivos”. Além do que, quem assiste filme de terror sabe que todos os que voltam do mundo dos mortos, voltam meio estranhos: meio zumbis, meio sonâmbulos, meio maus. Sem contar o fato de que votam feeeeios à béça.
Está bem! Entendi! É tempo de mudança e pronto! Essa é a cena em que você deve se sentir como um aluno de “Sociedade dos Poetas Mortos”. É o momento em que você sobe na cadeira para enxergar a vida por um outro ângulo. A trilha sonora é de incentivo.
Com a nona de Bethoven ao fundo, você percebe que o mundo é maior do que você imaginava. (Risos, para não chorar!) Ah, pode parar de tocar a orquestra toda. Chega de ode à alegria. A realidade do momento é: o filminho da minha vida está mais preto e branco agora e eu vou ficar um tempinho aqui, escondida na floresta, esperando a sexta 13 virar um sábado ensolarado qualquer. Enquanto isso, vou escolhendo o gênero que quero viver. Nada de romance! E definitivamente, nada de terror! Quem sabe uma aventura, daquelas que o protagonista é engraçado, charmoso e meio atrapalhado? Sim! Será divertidíssimo. Já posso até ouvir os primeiros acordes da nova trilha. Será o despontar dos primeiros raios de sol de um sábado ensolarado qualquer? “Oh, Captain, My Captain”! Aonde foi parar aquela cadeira?
Quer um outro ponto de vista? Não precisa "daquela cadeira". Sobe no sofá mesmo... ou não sobe, imagina, cria.. Acho que isso aqui é um bom início, né?! Gostei! Voltarei mais vezes! Beijos, Guga
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